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Mês das Mulheres: palavras das diretoras e dados do mercado industrial

Mês das Mulheres: palavras das diretoras e dados do mercado industrial

Neste mês das mulheres trazemos as palavras das diretoras, Christine Lange e Adriana Lange, para conhecer mais sobre suas trajetórias profissionais e compreender como foi o processo para assumir a liderança da IFLA Ferramentas. Trazemos ainda alguns dados que atualizam sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho industrial.

Para quem não sabe, a IFLA Ferramentas foi fundada em 1976 pelo Sr. Gregor Lange, pai da Christine e da Adriana. Conforme contamos anteriormente no blog, a empresa foi iniciada na garagem da família até a inauguração da sede própria, em 1981, na cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Com o tempo, foi firmando parcerias, fidelizando clientes e consolidando a marca.

A Adriana nos conta que mesmo com o falecimento repentino do pai, em 1997, a sucessão aconteceu naturalmente, visto que ela já acompanhava o crescimento da IFLA. A Christine, por sua vez, trabalhava lá desde 1986, a partir do convite do pai, e como nos conta: “já estava bem engajada no dia a dia da empresa” quando elas e o irmão, João Henrique (Coordenador de Produção) precisaram assumir totalmente. Elas apenas não imaginavam que serem diretoras viria tão rápido, a Adriana estava com 26 anos naquela época: “Eu trabalhava o dia inteiro, literalmente com a mão na massa (na graxa e no óleo) e a noite ia para a faculdade. Chegava a esconder as unhas para ninguém ver, pois eram impregnadas de óleo.”

A Christine, por sua vez, em 1986, quando recebeu o convite para trabalhar na IFLA Ferramentas, cursava o Magistério: “Completei o curso de Magistério, fiz estágio e em seguida entrei para a faculdade no curso de Administração de Empresas. Trabalhava o dia todo e estudava a noite. Em 1995 me formei na Unisinos.” Conta ainda que lá naquele início o pai tinha mais um emprego, além do trabalho na IFLA, e ela ficava na fábrica. Ela se sentia meio perdida e, ainda por cima, em meio de uma equipe 100% masculina.

Nos dias de hoje o segmento de ferramentas e industrial ainda é bastante masculino. Graças ao mês das mulheres frequentemente são publicadas pesquisas que dão visibilidade sobre a nossa participação no mercado. Em Fevereiro deste ano, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), junto à FSB Pesquisa, realizou a pesquisa “Indústria & Mercado de Trabalho: Igualdade de gênero e principais desafios”. Foi utilizada uma amostra de “1.000 empresas industriais” e “ouvindo 500 executivos de indústrias pequenas e 500 executivos de indústrias médias e grandes”. Segundo a pesquisa, atualmente a proporção média de homens é de 70%, versus 30% de mulheres, sendo que apenas 29% destas mulheres ocupam cargos de decisão/liderança.

Quando perguntadas sobre os preconceitos e os desafios que Christine e Adriana passaram e passam como diretoras mulheres à frente da IFLA Ferramentas, as duas concordam que sofreram preconceito, e, conforme Adriana:

“[... ] nos dias atuais não é mais tanto. Lembro que um dia um cliente chegou a dizer: “ O que vcs mulheres entendem de ferramentas”? Costumamos dizer que nas nossas veias corre óleo solúvel. As pessoas ainda se espantam quando eu falo o que faço e logo dizem, nossa, ramo totalmente masculino. Hoje cada vez mais a mulher está em busca do seu espaço e ela é capaz de assumir qualquer papel. Os desafios enfrentados são diários. Muitos obstáculos já foram superados.”

Em conformidade com a pesquisa da CNI, Christine diz:

“O ambiente fabril é ainda dominado pelos homens. [...] Temos que estudar muito mais, entender do produto de forma técnica, sermos um pouco engenheiras, vendedoras, psicólogas.... Não há igualdade de oportunidades e a distinção salarial é gigantesca.”
mulheres

Mas o futuro se mostra positivo: segundo a pesquisa, 57% das empresas ouvidas aplicam políticas formais claras para a promoção da igualdade de gênero entre homens e mulheres. Sendo que das empresas ouvidas que informam hoje não aplicar essas políticas, 11% pretendem vir a aplicar, e a maioria (32% destas) com formalização em até 2 anos.


Para finalizar, as mensagens que as irmãs deixam a todas as mulheres neste mês das mulheres são:

“Estudem, estudem, não desistam do seu sonho, se aprimorem, invistam na qualificação profissional investindo em cursos, em idiomas pq cada vez mais a mulher está buscando seu espaço.” (Christine Lange)

“A mensagem que posso deixar é não desistir nunca. Fazer o que se gosta, ser persistente, estar rodeada de pessoas que remem o barco na mesma direção pois não somos e não fazemos nada sozinhos.” (Adriana Lange)

Permanece a todas nós mulheres continuar acreditando, investindo e sendo persistentes para nós mesmas.